Há 57 anos, em 31 de março de 1964 os militares tomavam o poder no Forte de Copacabana. A partir daí, vivemos 21 anos de escuridão, repressão, torturas e violências. Não há o que se comemorar. É necessário lembrar para não repetir.
Neste período, meio milhão de brasileiros estiveram sob suspeição, mais de 150 mil foram investigados, milhares foram torturados e mortos, muitos ainda seguem desaparecidos, sem nenhum tipo de informação.
4862 mandatos de parlamentares foram cassados, centenas de estudantes foram expulsos de universidades, outras centenas de vezes sindicatos foram invadidos e o Congresso Nacional foi fechado por três vezes.
Em nossa história mais recente, infelizmente, vemos algumas semelhanças. O governo Bolsonaro vem agindo de forma muito parecida e os acontecimentos dessa semana nos deixam em estado de alerta. Primeiro, a demissão do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, por não querer politizar o Exército. Isso desencadeou protestos dos comandantes das Forças Armadas que anunciaram a renúncia dos cargos, pela primeira vez na história do Brasil.
Outro atentado à democracia, foi o Projeto de Lei 1074/2021, apresentado em regime de urgência, que prevê a implementação da “Mobilização Nacional”, dando poderes especiais ao presidente da República como requisitar bens e serviços públicos e privados e controlar as polícias estaduais. O PL previa a alteração a Lei nº 11.631, de 27 de dezembro de 2007, que, hoje, só é permitido em períodos de guerra. No entanto, foi rejeitado no colégio de líderes.
Na noite do dia 30 de março de 2021, o substituto do Ministério da Defesa, general Walter Braga Netto, disse que o “movimento de 64 deve ser compreendido e celebrado”, assim como Bolsonaro queria que o antecessor fizesse.
Comemorar o que? A perda da liberdade, a censura, os milhares de mortos, torturados e desaparecidos. Justamente no momento em que batemos recorde diário de mortes pela COVID-19. Um governo assassino e genocida.
É precisa estar atento e forte. Ditadura nunca mais.
Por memória, verdade e justiça. Lembrar para não repetir. Pela preservação dos direitos democráticos da cidadania brasileira.